Marcus Panthera
Marcus Fonseca, como prefere ser chamado, fez parte da 1ª. safra de modelos masculinos brasileiros que fizeram carreira internacional.
O apelido Panthera dado pelo pai quando tinha 9 anos acabou se incorporando ao Marcus e dessa forma passou a ser conhecido no meio da moda, mas como ele mesmo diz: ¨Marcus sou eu e o Panthera é um personagem que foi criado¨
Este carioca que pegava onda no Arpoador e foi descoberto casualmente na praia por um agente, nunca pretendeu ser modelo mas queria comprar uma prancha de windsurf e por este motivo aceitou fazer o seu 1º comercial de televisão. Seguiu com a sua vida, estudava Engenharia Civil, trabalhava como vendedor da loja Yes Brazil e de repente aconteceu o 2º convite só que desta vez ele teria que pisar em uma passarela, entrou, encarou, desfilou e resolveu que aquela seria a sua nova profissão.
1) Quem fez o convite para vc. desfilar?
Foi o Paulo Ramalho famoso produtor paulista que na época (1985) era o responsável pela maioria dos trabalhos no eixo RJ- SP, na verdade eu substitui um modelo que faltou.
2) Você não tinha a menor experiência, como fez para se aprimorar e se tornar um bom profissional?
Depois que eu decidi seguir esta carreira, eu passei a assistir muitos desfiles, vídeos e criei um estilo próprio.
3) Como aconteceu a oportunidade de trabalhar em Paris?
Um agente chamado Jocelyn, que trabalhava na Karin francesa, veio a São Paulo para organizar a 1ª grande viagem de um grupo de modelos masculinos brasileiros. Fui um dos escolhidos e viajei para Paris sem falar uma palavra de francês ou inglês.
4) Como as coisas aconteceram em Paris?
O grupo já tinha testes agendados e o 1º era Kenzo, só que deviam ter mais de 600 candidatos, confesso que quase desisti e voltei para o hotel mas fiz o teste e para minha surpresa ganhei a campanha e o desfile, depois fui bookado para a maioria dos desfiles da temporada, Christian Dior, Pierre Cardin, Hermès, Pierre Balmain, Issey Miyake, Yohji Yamamoto, fotografei para editoriais de moda, campanhas publicitárias.
5) E o Japão como aconteceu na sua vida?
Tudo foi acontecendo muito rápido, depois de um mês em Paris eu recebi um convite para morar em Tóquio através de uma agência basicamente japonesa chamada SOS, que pela 1ª. vez estava contratando modelos estrangeiros, foram escolhidos apenas 5 gaijins como são chamados os estrangeiros no Japão.
6) Você se tornou praticamente uma celebridade em Tóquio, foram 36 viagens para esta cidade, conte-nos um pouco deste sucesso.
Quando eu cheguei na cidade fui conhecer um pouco da vida noturna e a grande balada era um famoso night club chamado Toquio’s , era um lugar bem interessante frequentado por pessoas da moda, modelos , agentes, estilistas, enfim um ótimo lugar para ver e ser visto. Na saída eu vi um japonês sofrendo bulliyng de uns 6 modelos estrangeiros, fiquei indignado com aquela situação covarde e sem pensar defendi o oriental, o coloquei em um taxi e fui embora para a minha casa. Na manhã seguinte, recebi a visita inesperada de um assistente do Presidente da Sun Designers , que era a maior produtora de casting do Japão e que o Big Boss precisava me encontrar com urgência. Chegando lá descobri que o japonês que eu havia ajudado na noite anterior era o dono da empresa e para minha surpresa eu já estava bookado para 54 trabalhos.
Durante 8 anos de 1986 a 1994 Panthera trabalhou em diversos centros de moda pelo mundo, Paris, Londres, Milão, Madri, Munique , Hamburgo e por 3 anos seguidos ganhou o prêmio de melhor modelo do Japão. Em 1987 através da grife Versace participou de uma tournée internacional pela realeza europeia , eram apenas 10 modelos escolhidos dentre os melhores do mundo pelo próprio estilista Gianni Versace.
7) Qual foi o motivo da volta para o Brasil?
Fui convidado pela Casting de São Paulo para abrir o departamento de modelos internacionais da agência e após esta experiência recebi um novo convite para abrir a Mega Models SP. As viagens ainda eram uma constante na minha vida , pois eu era o responsável pela promoção dos modelos no exterior.
8) Você estava estabilizado no Brasil, como surgiu a proposta para vir para Miami?
Em uma destas visitas à agências internacionais conheci na Suíça Carlo Salvi que estava planejando comprar a Karin de Miami. Eu logo enxerguei uma excelente oportunidade de trabalho, pois o perfil da agência se encaixava com as brasileiras, modelos simpáticas e com belos corpos. O negócio acabou não se concretizando e acabamos nos tornando sócios da Mega Models Miami em South Beach.
9) Miami é a sua casa? O que você mais gosta na cidade?
Sou completamente adaptado, o clima é maravilhoso, tem praia o ano inteiro e como a cidade é pequena me lembra a zona sul do Rio de Janeiro da minha infância.
Claudia Simon

Great stories in a great interview.