A importância dos anos 60 na moda.
A moda sempre se alimenta do novo e sofre influência direta de todos os acontecimentos mundiais, mas os anos 60 foram fundamentais para se rever valores e se libertar de padrões antigos.
Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens filhos do chamado “ baby boom”, que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. O início da nova década já anunciava uma grande mudança de comportamento devido a uma busca desenfreada por liberdade. Os jovens queriam ser ouvidos e a musica, o cinema, a literatura caminhavam juntos. O sucesso do rock and roll representado pelo seu maior símbolo Elvis Presley, filmes ícones como “ Rebel without a cause” com James Dean e “The Wild One” com Marlon Brando, o livro “ On the Road” de Jack Keurouac da chamada geração beat, começavam a se opor as regras vigentes.
Era uma época de conquistas e a mulher começava a conquistar espaços, havia se descoberto a pílula anticoncepcional, queimava-se soutiens em praça pública e ela queria conquistar o seu lugar na sociedade. A moda até então única passa a acompanhar os acontecimentos e se transformar a partir deles, passando a ter várias propostas e se tornar cada vez mais atrelada ao comportamento.
Londres passa a ser referência, na musica lançando uma banda que viria a se tornar febre “ Os Beatles”, na moda quando a inglesa Mary Quant teve a coragem de subir a bainha das saias deixando as pernas de fora criando assim a minissaia, e a modelo Twiggy magérrima e bastante exótica quebrando e mudando o conceito de beleza dos 60.
A partir da metade da década, os franceses André Courrèges com a sua visão de futuro e criador de suas “ moon girls”, Pierre Cardin e sua inspiração na Op Art, Yves Saint Laurent designer genial lançador de seus tubinhos retos baseados na obra de Mondrian, a arte e moda se misturando e proporcionando ao mundo peças com um olhar absolutamente novo.
O estilo psicodélico adotado por jovens designers como Zandra Rhodes, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de La Renta se inspirava no oriente, Egito antigo, no geométrico ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam, afinal a época era de experimentações e de muita criatividade. As ideias fervilhavam e os movimentos artísticos se multiplicavam. A Pop Art tinha em Andy Warhol o seu representante mais irônico e irreverente, ele usava imagens de símbolos populares em seus quadros como as latas de sopas Campbell, Marilyn Monroe, Elvis Presley e é dele a frase premonitória: “ In the future everyone will be famous for fifteen minutes”
No ano de 1969, Woodstock um concerto de rock apoteótico realizado na California, marcava o começo de uma nova era, berço do movimento hippie e uma nova visão de como se vestir, o mundo se cobriu de jeans, camisetas, cordões, túnicas, os cabelos cresciam, o homem e a mulher começavam a caminhar juntos, a moda se uniformizava. A India era o grande hit na questão da espiritualidade. Havia o Flower Power, o Peace and Love, o Black Power, o Gay Power, a estas todas manifestações que aconteciam pelo mundo se deu o nome de contracultura.
A partir deste momento a moda sofre uma transformação e passa a ser feita para os jovens, com isso ela espertamente não correrá mais o risco de morrer, pois acaba descobrindo a fonte da eterna juventude.
Claudia Simon
